O P. Raimundo dos Anjos Beirão, missionário apostólico, nasceu em Lisboa, na freguesia do Socorro, no dia 8 de Março de 1810. De espírito aberto, alegre e íntegro, desde muito novo deu testemunho do seu grande amor a Deus e ao próximo, sabendo atender a todos os pobres e necessitados com profunda simplicidade, bondade e muita confiança na Divina Providência.
Professou na Ordem Terceira Regular de São Francisco de Assis, no Convento de Nossa Senhora de Jesus, Lisboa, tomando o nome de Fr. Raimundo de Santa Maria dos Anjos. A 2 de Março de 1833, foi ordenado Sacerdote. Abrigando em seu coração o sentimento da verdadeira caridade, tornou-se para Portugal o que Vicente de Paulo fora para a França do seu tempo.
Perseguido pelas ideias liberais, também ele foi vítima do furor anti-religioso que o expulsou do convento, em Maio de 1834. Todavia, a vivacidade do seu temperamento, o espírito determinado e o zelo constante pela causa de Deus e dos necessitados, não o deixaram repousar por muito tempo. Entra na luta pela vida com outro dinamismo e outro rasgo apostólico, que o faz correr incansavelmente para onde houver algum Bem a fazer.
Logo nesse mesmo ano de 1834, é nomeado Capelão da Armada Real. Foi também Capelão do Recolhimento de Nossa Senhora da Rosa, Instituição que se dedicava ao abrigo de crianças desprotegidas e abandonadas. Logo no começo da sua vida sacerdotal, criou em Lisboa a Associação Filhos de São Caetano, destinada à instrução e catequização de meninos pobres que, por sua vez, se dedicavam à assistência de indigentes. O Pe. Beirão também se encarregava de encaminhar jovens vocacionados para o Colégio Português de Roma a fim de se prepararem para o sacerdócio.
Alcançou fama de orador sacro, percorrendo em pregações quase todo o país, e auxiliou a comunidade das Capuchinhas de Nossa Senhora da Conceição, de Aldeia Galega (actual Montijo, Ribatejo), que mais tarde, se tornou origem da Congregação. Faleceu no Convento das Trinas, no dia 13 de Julho de 1878, com 68 anos, vítima de doença maligna.